Poesia de Bolso 61 ( Para Fazer Poesia )

Para Fazer Poesia

A João Cabral de Mello Neto

O verso, pedra bruta,

Na bateia do poeta

Ainda não é poesia

Mas o seu garimpo.

O verso, palavras cruas,

A lama in natura

Ainda não é poesia

Mas o seu intento.

O verso, lascas de estro,

O cio quente imagético

Ainda não é poesia

Mas o seu começo.

O verso é polimento

Por mãos de ourives

Em áurea poesia

Fruto de árdua alquimia

Nunca ouro de tolo.

Aldo Guerra
Enviado por Aldo Guerra em 24/01/2007
Código do texto: T357187