Esquartejamento




Seus sentidos humanos são insuficientes.

É a realidade de um quarto branco acolchoado.
Você consumiu hóstia com tequila,
e viu o new look de Dior se mover
junto com os elefantes que eram sim, de verdade.
Mas eu sei como arrancar seu sorriso,
mesmo quando a cocaína não é mais a resposta.
Eu coloco dois ganchos em cada lado de sua boca,
e os estico até onde a carne aguenta sem se romper.
E tudo fica assim...tão lindo.
Deixe as bactérias irem embora primeiro...
depois lhe mostro como filosofar sobre reentrâncias.
Não adianta se debater contra os nós,
pois essas cordas são de aramida.
Emagreça até que eu veja seu metacarpo exposto.
Quando não mais poderá tocar o oboé.
É inusitado ver seu corpo arrastado
pelo carro a 140 km por hora.
Deselegante como sua cabeça se desprende do tronco
e rola até o acostamento.
Agora há muito de você espalhado por aí,
e seu nascimento, produto do estupro,
nem de longe denunciaria
o grande empreendedor da histeria
que seu falo se tornaria.

E o mundo é cheio de salas brancas,
contando com a que lhe enfiei pela garganta.
Mas agora não há mais você, porque
tratei de dissociar sua cabeça, tronco e membros.