ANDAR DISTRAÍDO
Andava distraidamente
Por ruas que desconheço
Em dias que não me lembro
Sorria inocentemente
A enfeitar-me um adereço
Nem de ouro ou de prata
Nem outro material que reconheço.
Mas os deuses conspiraram
E uma tragédia aconteceu...
O sorriso me roubaram
E a alegria se perdeu.
Hoje, a tristeza me acompanha
Por mundo estrangeiro
De gente estranha.
A lua que antes refletia
A doçura do sorriso
Que nunca se escondia
Atrás de nuvem ou montanha
Já não nasce
Nega-me abrigo
Na terra me abandonastes
Sem alma e sem face
Com a vida em perigo.