Poema dos Verbos
O nascer, o dever e o prazer
São tão iguais
Ao morrer, ao haver e ao sofrer
E são tão diferentes
Do que eu quero ser
Desses verbos de uma vulgaridade pragmática
Eu não quero nem saber
Faço questão de apagá-los de minha gramática
Sem motivo algum para me arrepender
De corriqueiro
Pretendo apenas conjugar:
Amor, do verbo amar
(No presente do indicativo)
Eu amo você
(E espero que seja de verdade)
Tu amas alguém
Ama pouco ou ninguém
Amamos também nós
Amais o que não conheceis
Enquanto eles amam viver.