este poema não têm título

Em tudo existe poesia,

mas as palavras querem mais

do que a cotidiana monotonia

E escolhem o verso vivaz

O poeta também usa borracha

Apaga a indisciplina das letras

Reprime toda idéia mordaz

Escreve amor, alegria e alguma rima

É triste a vida do poeta,

que insiste nesta monotonia

com o lápis e o papel, e a fina ironia

vive rabiscando um esboço

E o poema, desentendido do mundo

tem em seu rosto moço

A pueril juventude mal formada

ainda que muito seja profundo

Raramente compreende seu criador

E transmite com a palavra errada

A idéia linda que na alma sobeja

O lápis não pára

e o ser que o empunha

não se cansa

e usa sua criatura

como sua arma

contra a vida mansa

Quem escreve risca

ri da loucura, arrisca

fere as frases, roi, arruma

derruba, erra, corrige

e encerra.

12/10/2006

Dianaluz
Enviado por Dianaluz em 24/01/2007
Reeditado em 04/02/2007
Código do texto: T357748
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