saudade cruel


enquanto o vento sopra sem destino,
meu pensamento pousa em teu olhar,
em tempos, meus sonhos de menino,
em meu silêncio, teus lábios a beijar!

se o vento não soprasse tão depressa,
talvez então pudesse comigo te levar,
se eu assim não tivesse tanta pressa,
talvez um dia eu  pudesse te encontrar!

como num vôo perdido e sem parada,
em um momento, numa única certeza,
foi de um tudo, sem nunca ser nada,

da maior alegria para a dura tristeza!

por caminhos tortuosos, insegurança,
uma mistura de saudade e desilusão,
o que restou desse amor sem esperança,
só a chama que ainda arde no coração!
 
alma que chora, qual coração partido,
vida errante em uma eterna procura,
no horizonte infinito, um olhar perdido,
essa saudade que dói, como vil tortura!