[porque não sossegam os sonhos]

Apresentando O Transversal

“La Folie, Lydia the Tattooed Lady, dos irmãos Marx,... das viagens, das estações do ano, das partidas e de alguns regressos...”

La Folie, dos irmãos Marx...

das sandálias do pescador que caminha

na direção da mãe da lua,

levanta-se o areal que luze

como pirilampos pela noite,

significados que se querem, sem o sentir dos passos

cadenciados, silenciosos.

Dos silêncios que a noite carrega,

sento-me nas rochas batidas pelas ondas,

recolhendo-me das claridades com que o dia

me cobriu, penso infinitas viagens, mais além,

ainda mais além,

como que um sem fim desencantado pelos véus

de uma bailarina indiana.

Sinto os meus passos como trovões ecoando

por entre as enormes ondas cobertas da espuma,

que me envolvem, penso nas montanhas

a que um dia chamaram das neves perpetuas,

e das avalanches,

sinto o céu que não transporta sombras

rodopiando segredos, murmurios, ou simples

passagens, rápidas as passagens, ouço o violino

arrepiando o corpo,

porque não sossegam os sonhos,

porque se seguem perguntas sem regressos[?]

saturo-me.

Relembro-me,

não me reconstruo, nem renasço ali,

no meio do areal que luze como pirilampos pela noite,

quando as sandálias do pescador se arrastam

puxando as redes rasgadas pelas rochas adormecidas no fundo do mar,

fito-me nas imensidões que desconheço.

[Leva-me contigo até onde podemos andar descalços como quando crianças e não me prometas um adeus sem fim, leva-me],

contigo.

Nkisi
Enviado por Nkisi em 02/04/2012
Código do texto: T3589955
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