TERNO AROMA
Mar imenso o que me banha
de ondas mornas e calmas,
leva embora toda a mágoa
que acumulei nesta vida,
cicatriza as feridas,
do rosto lava-me as lágrimas.
Ondas tantas, remoinhos,
canções tocadas no pinho
ecoam nas noites de graças,
mas se esgarçam,
passam,
passam,
se perdem distante do ouvido
misturando-se ao ruído
da cidade em debandada.
Vão-se as noites, vão-se os dias,
espera que me angustia,
sensações pressentimentos,
só duram por um momento.
Um eco, longe, me invade,
perfume, talvez, de saudade.
. . .
DELEY
PARALELAS
Entre o par e o impar,
O sorriso e o pranto,
O lençol azul e a atmosfera,
a luz do sol e o encanto,
Do luar,
O que é e o que era,
Entre o sonho de cinderela,
E o tempo lento a passar...
No mesmo vão da janela
Entre o ser, o estar,
E a loucura que prospera,
Reverbera na imensidade,
Entre o talvez e a saudade,
existem paralelas,
Uma singela opção,
Que me leva para o mar.
Tenho a leve impressão,
Que não vou voltar.