Sem título(41)

Dou-me ao desfrute dos meus olhos

No belo rubor do teu rosto belo

Entrego os meus sentires singelamente

No escutar da tua voz que me enfeitiça

Demoro-me na elegância de tuas mãos

Mãos de carícias como as palavras ditas

Mãos que falam gestos sublimes

Gestos de mãos sábias de ternuras

Penso nos teus olhos impossíveis de pensar

Pinto o mar de desejos em calmo e alteroso navegar

Alago o mar com a cor dos teus olhos

Penso-te sem pensar de mais nada querer

E que me baste assim de tanto te sonhar

Não tenho o doce e sagaz atrevimento

Nem terei a ousadia de ousar o teu desejo

Que me acalente apenas o chocolate quente

No rigor do Inverno mas em tua companhia

E se no tempo formos a compasso

No calor do Verão nos encontraremos

Em vermelhos frutos e outros prazeres

Talvez até na ousada e fresca melancia

Quem dera até em plena sintonia

Dionísio Dinis