SIMPLESMENTE EU

24/03/2012

Submersa em solidão

Vasculho meu coração

Encontro saudade e dor

Meu despeito é tão profundo

Que vivo a fugir do mundo

Mas não sei fugir do amor

Ele chega de mansinho

Sem cuidado,qual espinho

Nas asas de uma lembrança

No olhar deixa um vazio

No meu corpo um arrepio

Na alma deixa esperança

Meu refúgio é meu trabalho

Onde ganho meu salário

Pra não dever a ninguém

O que eu ganho no mês

Gasto tudo de uma vez

Gasto o dos outros também

Nunca gostei de pobreza

Não me importo com a riqueza

Pois já tenho o que preciso

Os meus vícios são só meus

Essa dívida eu pago a Deus

Não me condena o inimigo

Minha família é pequena

E por isso os problemas

Não batem a minha porta

E se batem eu não percebo

Ou mando buscarem arrego

No lar daqueles que gostam

Tenho dois filhos criados

São tesouros lapidados

Pelo coração das tias

Pois a minha doce crença

Nunca me deu paciência

Pra mimar uma família

O amor do meu marido

É o tesouro mais querido

Que o meu corpo escolheu

Mas para ele o dinheiro

Será sempre o bem primeiro

Mais importante que eu

Quando ele vem me ver

Eu me sinto florescer

No jardim da adolescência

Seu coração tem compasso

E se me guarda em seus braços

Eu encontro minha essência

E quando ele vai embora

O meu mundo todo chora

No mais cruel desespero

A quem diga por maldade

Que quem ama de verdade

Não troca amor por dinheiro

Um amor pede um ranchinho...!

Este é o conselho mesquinho

De quem quer me provocar

Mas já estou acostumada

Nada meu é emprestado

Tudo eu tive de pagar

E que me escutem os bacanas

Se meu amor não me ama

Este é um problema só meu

E se ele tem outra família

Que eles tirem o seu da trilha

Pois terão chifres igual eu!

GILMA LAISA
Enviado por GILMA LAISA em 10/04/2012
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