absurdidades I

já não me lembro

daquilo que te disse

que jamais iria esquecer

eu desejo a palavra

mas a palavra perecível

feita do perfume dos ventos

não quero amor eterno

quero amor que

morre

todo dia

nasce

já não me lembro

das promessas

nada me pertence

é isso que eu chamo viver

amar, se soubesse o infinito

entre meu corpo e o teu

mas eu invento distâncias

para medir o caminho

para provar que sou carne

tudo estremece

saio de mim

perdi o nome que sou

reconheço seu vazio

sou meu vazio

o resto é o nome que tem

não conheço

outra sombra

dirás:

- eu nasci nesse instante!

e eu:

- apenas escrevo um poema, sem ti!

digo a mim mesma

minha ausência

minhas feridas

Ah! é certo, o amor, esse suspiro

Carla Carbatti
Enviado por Carla Carbatti em 13/04/2012
Reeditado em 13/04/2012
Código do texto: T3610680
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