absurdidades I
já não me lembro
daquilo que te disse
que jamais iria esquecer
eu desejo a palavra
mas a palavra perecível
feita do perfume dos ventos
não quero amor eterno
quero amor que
morre
todo dia
nasce
já não me lembro
das promessas
nada me pertence
é isso que eu chamo viver
amar, se soubesse o infinito
entre meu corpo e o teu
mas eu invento distâncias
para medir o caminho
para provar que sou carne
tudo estremece
saio de mim
perdi o nome que sou
reconheço seu vazio
sou meu vazio
o resto é o nome que tem
não conheço
outra sombra
dirás:
- eu nasci nesse instante!
e eu:
- apenas escrevo um poema, sem ti!
digo a mim mesma
minha ausência
minhas feridas
Ah! é certo, o amor, esse suspiro