Eu Sei, Tu Sabes
Eu Sei, Tu Sabes
Eu sei
Tu sabes
Os dias caminham
Não a quatro pés
Eu caminho
Tu caminhas
E os dias empilham tempos e tempos
A explodir
Rugir de corpos
Onde a ferrugem
Não comporta parafuso e porca
Na porta do mundo bato
Cruel deixá-lo existir sem que eu exista
E persigo no sinal da cruz
O descobrimento de mim mesma
E as canoas nos mares
Não levam a lugar algum
E como marinheiro remo
Árdua forma de me cansar os braços
E esbravejo diante das ondas altas
A me tirar o fôlego
E inda procuro a margem
Nas camas de cetim
Nos braços da cambraia
E nos muros altos
Cercada por alarmes
A eletricidade choca com a liberdade
Nos dias de paz que se distanciam
E remo
Nas águas que não movem passos
E dia destes viro um peixe
A engolir a água do mar.
Magaly