OUTONO...

Ando pelas cidades

desenhando nos olhos

a monotonia de suas tardes.

O vento frio e pagão

nas mãos de sua apressada gente.

Salto dos arranha-céus

sem rede de segurança

ouvindo o silêncio de ferro

em que me vi transformada.

Me despenco morta

na monotonia dos céus

colhendo ossos na lama

para construir minhas tendas...

Calço os pés na poeira quente

que me cega o andar

e qual folha seca da árvore vistosa,

deixo-me levar...

Assim, caminho com os dias

empoeirados de Outono,

na monotonia de suas horas,

suas tardes, suas cidades,

suas saudades e minha imaginação...