Retratos da vida

Em uma cidade do interior

havia uma casa,

das mais antigas,

onde morava

um velho lenhador.

Lá estava ele todas as manhãs

sentado em sua cadeira de balanço

pitando um cigarro de palha,

Enquanto apreciava

a vizinha Dona Alia

retirando água do poço.

A cada baforada que dava em seu palheiro,

embriagado pela densa fumaça branca,

ele mergulhava nas lembranças do passado

e via com nitidez

uma existência feliz que com o tempo se desfez

Lágrimas de saudades

rolavam pela sua face

e um sorriso tímido brotava

ao ver as cenas marcantes

de uma amor eternizado em seu coração.

E dos filhos deste amor

que por falta de compaixão

não o quiseram em companhia.

Esta era a sua agonia

esperar o findar da vida

envolto em solidão.