Poema caprichoso
Não adianta tentar o poema extrair
Do lugar em que ele está
Ele tem vida própria e para sair
Não obedece ao comando do poeta.
É preciso esperar por sua decisão
Pois o poema é um ser caprichoso
E quanto mais se quer a sua revelação
Mais ele se esconde.
E nesse jogo de esconde-esconde
Quem vive a buscá-lo
Na certa nunca há de encontrá-lo.
Portanto, não tentemos, verso por verso,
Procurar o poema. Quando ele quiser
Há de se nos mostrar por inteiro.
Cícero – 18-07-05