A poesia que não fiz

Há muito ela me espreitava sutilmente

Escondida dentro de um-não-sei-o-quê,

Depois, lentamente se aproximou...

Entre cautelosa e desconfiada,

Como se estivesse me estudando,

Como se não tivesse certeza

De que era eu o poeta a quem ela,

A poesia, queria se entregar.

Sentou-se em minha frente.

Ou dentro do meu sentimento...

... Não sei... e ficou ali

Como se fosse apenas uma ideia,

Ainda sem forma, sem todas as palavras.

Com um olhar distante ou...

Quem sabe... de dúvida

Como se me achasse pequeno

Para sua tamanha beleza.

De repente ela foi embora.

Não era minha a poesia.

A poesia escolhe seu poeta. E eu!

Vou esperar a minha.

Tomara que ela seja bela também.

José João

jjcruzfilho.blogspot.com

jose joao da cruz filho
Enviado por jose joao da cruz filho em 25/04/2012
Reeditado em 06/05/2012
Código do texto: T3633201