SETE VIDAS

Veio o felino sorrateiro

Com suas presas afiadas

E o bicho homem altaneiro

Desviou daquelas patadas

Sete vidas tinha o guerreiro

Veio o ciúme, pecado primeiro

Atirar uma pedra no escuro

Mas o líder sobranceiro

Era mais que osso duro

Sete vidas tinha o guerreiro

Veio a surpresa, o estrangeiro

Com arco, flecha e lança

Mas eis que o pioneiro

Era mestre da guerra e da dança

Sete vidas tinha o guerreiro

Veio o lobo em pele de cordeiro

Olhar manso e voz de veludo

O bicho era astuto e faceiro

Mas o homem tinha um escudo

Sete vidas tinha o guerreiro

Vieram o poder e o dinheiro

Promessas de um mundo sem dores

Mas homem verdadeiro

Tinha maiores valores

Sete vidas tinha o guerreiro

Vieram as intempéries ferinas

Uma pior a cada janeiro

Vieram pestes e pragas assassinas

E ele sobreviveu de arteiro

Sete vidas tinha o guerreiro

O inexorável suspiro derradeiro

Brotou de um sorriso de ternura e paz

No campo de batalha ao pé de um pinheiro

O corpo do nobre guerreiro jaz

Sigmar Montemor
Enviado por Sigmar Montemor em 28/04/2012
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