DA HORA
Quando entrei encontrei o meu amigo sozinho na cozinha,
Ele não me viu,
Falava palavras intraduzíveis enquanto rodava o corpo sobre o seu eixo...
Pensei: baixou um Santo...
Não, não era nada:
Ele falava sozinho de alguma coisa que fizera e concluía
Em voz mais compreensível,
Batendo atrás de si a porta da geladeira:
- Eita Vodca porreta!
- Affff, Brrrr!
E rodopiava.
Me vendo, simplesmente falou:
- Quer morrer? Quer?
- Beba essa P que eu comprei!
Apontava com o dedo para a geladeira,
Fui ver a marca e era da boa,
Bebi um gole:
- O quê tem?
- É forte, mas é da boa!
- Brrrrrrr! Ah...Up, Up…
Dançando com ele uma espécie de dança da chuva...