DA HORA

Quando entrei encontrei o meu amigo sozinho na cozinha,

Ele não me viu,

Falava palavras intraduzíveis enquanto rodava o corpo sobre o seu eixo...

Pensei: baixou um Santo...

Não, não era nada:

Ele falava sozinho de alguma coisa que fizera e concluía

Em voz mais compreensível,

Batendo atrás de si a porta da geladeira:

- Eita Vodca porreta!

- Affff, Brrrr!

E rodopiava.

Me vendo, simplesmente falou:

- Quer morrer? Quer?

- Beba essa P que eu comprei!

Apontava com o dedo para a geladeira,

Fui ver a marca e era da boa,

Bebi um gole:

- O quê tem?

- É forte, mas é da boa!

- Brrrrrrr! Ah...Up, Up…

Dançando com ele uma espécie de dança da chuva...

Chico Steffanello
Enviado por Chico Steffanello em 30/01/2007
Código do texto: T364163
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