Mãos.

Eu estava fazendo algo que eles não poderiam acompanhar-me,

algo que eles não poderiam fazer,

eu estava ouvindo,

ouvindo música.

E eles não conseguiriam falar,

falar para eu parar de ouvir,

ouvir minha música.

Mesmo que ela estivesse alta,

eles não conseguiriam ouvi-la.

Mas eles também estavam fazendo algo,

algo que eu não poderia acompanhá-los,

era algo singelo, algo tão bonito,

estavam conversando.

Eles não utilizavam da boca nesta conversa,

nem dos ouvidos,

e sim das mãos.

Mãos leves, mão cintilantes,

algo que eu não consigo fazer,

mas observei com muita atenção,

era bonito.

Um casal diferente,

em que havia esforço e amor,

havia perseverança, paciência,

muito bonito.

Talvez eles estivessem discutindo,

não de ambas as partes,

uma tentava reconciliar e consolar,

e outra recusava,

mas no final o carinho prevaleceu,

mãos carinhosas.

Um carinho diferente,

pois mesmo com ambos não falando,

não escutando,

comunicavam-se melhor que casais normais.

O amor expresso não vinha de palavras neste casal,

nem de escutar belas palavras e elogios,

e sim do amor expresso por atitudes,

mãos com atitudes.

Uma mulher que não foi conquistada pelo ouvir,

e um homem que não demonstra seu amor em palavras,

é tudo em atitudes,

tudo pelas mãos,

belas mãos, mãos amorosas.

Mãos que choram,

mãos que sorriem,

criam lágrimas,

e também sorrisos.

Mãos que sustentaram uma jornada,

mãos que vivem,

elas construíram uma vida,

mãos que amam.

[30/04/12]

Cesare Turazzi
Enviado por Cesare Turazzi em 30/04/2012
Reeditado em 18/05/2012
Código do texto: T3641761
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