Lermontov
Adeus Rússia, ou qualquer país,
como nuvem, nem pátria nem chão.
Um gosto de despedida sempre acompanha,
cada sulco marcado no céu ou na canção.
Vazia a mente que mal falava,
agora cheia de instrumentos de medição,
entende o mal, no peito cravado,
mas não alivia a esquerda situação.
Há muito, pra longe fui embora,
ficando este que escreve, meu irmão.
Deixei de ser uma óbvia sucessão de teoremas,
Pra me tornar uma longínqua condição.
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Imagem: Mikhail Lermontov, poeta russo (1814-1841)