Poema ao Sol

Serei forte,

sem me deixar amordaçar,

prender.

Carregarei

mesmo se for em silêncio

a bandeira da poesia

que nasceu em mim.

Não desanimarei

diante dos obstáculos,

das pedras que rolam

em meu andar.

Mesmo descalça das sandálias

que vestem meu interior,

onde as letras se formam,

viverei nelas até morrer.

Prometo.

Mesmo em solidão,

e, estou só,

amigos do recanto

vizinhas minhas

de quase sete séculos,

quase todas

já fecharam

as portas para mim,

colocando fechaduras nelas

e me deixando sem a chave.

Parece que todos

estão me abandonando.

Talvez cavei esse abandono

com minhas lágrimas

que tanto ferem.

Talvez com meu jeito de ser.

De dizer, de falar.

Talvez com meu jeito

estranho de amar.

Mas prometo,

mesmo nesta solidão

que não sei porque

estão me impondo,

mesmo imersa

no mar da saudade,

repratriarei meu espírito

dia após dia,

noite após noite

para junto das estrelas

e lá permanecerei

contemplando e admirando

o caminhar do sol

no infinito azul.

E, quem sabe um dia,

num repente de sua luz,

seus raios me acordem

e me levantem outra vez...

Sonharei...

Maria
Enviado por Maria em 01/02/2007
Reeditado em 10/08/2007
Código do texto: T366353