Adeus ao tempo
Donde será que anda
Aquele muleque
Nem grito nem correria
Nem sombra se quer
Da peste
Ele vinha todo dia
Bate na porta pedino abrigo
Vinha bonito aprumado
Nem largado
Nem mendingo
Tinhoso que ele só
Só fazia o que queria
Mas era bom o quase moço
Só birrava era comigo
Cismava em trancar
Dentro do quarto a vida
Cismava em chorar
Pedindo dengo e comida
Sonhava que ele só
Da cabeça fazia um passarinho
Batia asa que batia
Mas vua memo nem queria
Foi-se em embora dizendo que vortava
Foi embora de atrevido
Falei que aqui não ficava mais
De tanta raiva do menino
Num vejo mais ele não
Mas as vezes da impressão
Que ele vem me visitar
Só não se deixa ver
Com medo de apanhar
Tinha raiva do coitado
Apesar atentado
Era sofrido o danado
Foi-se embora porque cansou
Das macaquices de criança
Deve ter crescido
Acabo criança
Sinto saudade do tal
Ele era tinhoso
Nem fazia mal
E seu riso era gostoso
Deve ta em um luga
Ou talvez em luga nenhum
Acho que quando eu me for
Volto a ve esse menino.