O Sol esta neutro

o amor faz uma cócega

o amor desenha uma curva

propõe uma geometria.

Carlos Drummond de Andrade

O sol esta neutro

Sempre os versos nessa confluência

Singram melancólicos entre palavras,

carreando o amor na areia fina

como recantos mornos nos lábios.

Os restos de encontros suaves

na brisa marinha dos olhos

marejam no patético tom.

De ânsia? de dor? de amor?

Sopro incessante.

Os carinhos efêmeros estão feridos,

solenemente gastos pelo tempo.

A fissura solitária da vertigem

ressoa entre beijos recalcitrantes

amputando o chão entre meus pés.

Agora só restou solfejar

na pungente precariedade do desejo

essa áspera saudade do amanhã,

fugaz, o sol encalhou estático.

Erivelton Machado Guimarães

e-mail:erivelton@machadoeguimaraes.com.br

Ton Machado Guimarães
Enviado por Ton Machado Guimarães em 21/05/2012
Reeditado em 09/12/2017
Código do texto: T3679693
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