Elegia

Brindemos o fracasso,

Com um frio abraço... Que congratula.

Omiti os olhos baços,

Me embaraço... Com quem adula,

O ânimo modula... Tal voz de Aretha.

Tímpanos sonâmbulos,

Estacionam-me no preâmbulo,

Entre as âmbulas da ampulheta.

Eu e meus cálculos imprecisos.

Nada hoje além dum blues,

Não serei o que distribui,

Sorrisos.

Não ratifique tal malogro,

Seu logro... Sim. Me felicita.

Não me cobre feito sogros,

Tire a mão do fogo... Pois a plateia me licita,

Solicita... Incita. Rendição.

Meu ideal capenga.

Mas não farei ponto com as quengas,

Pra ganhar meu pão,

Vendo raiva, ingratidão... Fiado.

Tudo no mesmo combo.

Nada hoje além dum fado,

Não serei o que oferece o ombro.

Não traga a baila o vilipêndio,

Eis o compêndio... De minhas queixas.

Coquetel... De fel... E absinto,

Sinto... Câimbras nas bochechas,

Fecha... O coração. Não foi nada?

Cuspo marimbondos,

Me escondo.

Atrás das nuvens pesadas,

Cão ladra... Mau agouro,

Namoro... Com o "Não"

Nada hoje além dum choro,

Não serei o que estende a mão.