Sonho real

Como poderei anelar ao amor

Se o eu em mim está ausente?

Percebo que sozinho, ermitão não sou

Porque há em mim um duelo permanente

Oh incessante luta interior

Não se apazigua nem quando estou dormente

A alma se vê presa pelo labor

Do corpo aprisionado pela mente

Se o meu ser, proscrito nesse enredo

Almeja a ternura da mulher

O coração tomado de receios

Não pode sujeitar-se ao que ela quer

Mas eis que dormindo começo a sonhar

Sem a vigília mental meu ser vê o graal

Num sonho perfeito ela vem me enlevar

Acordo e percebo que, se sonho, é real