VERSOS PESSOAIS
Recorro a você
Acostumado a conversar comigo mesmo
Disfarçando diálogos de mim
Personificando-os em poemas
Abro todo o meu ser incompreendido
Porque não compreendo minhas alucinações
Na tentativa de ser normal
Esqueço meus fantasmas
Escondendo-os em livros que escrevo
Não suporto meus extremos
Não consigo conviver com meus impulsos momentâneos
Que estragam toda a construção de minha vida
Chego a ignorar meus erros
Já estou entediado de falar de erros
E já estou radicalmente entediado por terem me vendido essa ideia
Pobre homem ingênuo
Estupidamente equivocado
Prefere abraçar seu ego e culpar o próximo
Derrotado contra sua própria mente
Vencido pela fragilidade da persistência
Iludido
Na intenção e na desculpa de ser artista
Falo de mim mesmo
Aberto como o coração de um oceano
(redemoinho)
Sem mentir pro que escrevo
Percebo que não sou poeta
Apenas um garoto brincando
Com seu diário masculino.
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Extraído do livro: MÁQUINA DO VENTO, disponível para download na seção e-livros.