Povo in Cult
Desnudar as costelas da cultura
O tutano das artes escondidas
Para a sede voraz da propaganda
Extra! Extra! Extra!
Guarabira, Guarabira
Tua imensa e inebriosa luz
Esconde tuas sombras mais brilhantes
E teus venenos mais doces
O corpo não é culpado
O sexo não é vício
A Bela Vista não é um buraco
O Mutirão não é bocada
O Cordeiro não é carregado
A beleza de teus rios caudalosos
Cheinhos de garrafas PETI
Nos enche de uma amargura danada
No Rosário a bala não come solta
Na Esplanada a peixeira não vadia
No Nordeste maconha não é capim pra bode
A Primavera não é horrível
A Santa Teresinha não é esconderijo
O São José não é uma droga
Apenas os saqueadores de sonhos,
É que são teus narcóticos mais fortes
Apenas os vendedores de ilusões
Que se digladiam em vão nas ondas radiofônicas
Dão berros, coices, mordidas e chifradas
Êêê Booooiii, Ê gaaado ôôô
Apenas os teus românticos manipuladores
Violentam-te diuturnamente
Gargalhando no conforto dos gabinetes
Apenas teus amantes levianos e mentirosos
É que são teus grandes e notórios assassinos