Antes que a luz se apague

Enquanto a inconsistência da ação abate o cidadão...

Meu Deus a justiça silenciosa sentencia o direito a corrupção.

Culpados voltam do exílio de Hades,

Para posar entre cidadãos, como senhores da situação.

Não é a causa o pecado?...

E o efeito, a morte da Democracia e a humilhação dessa população?

Então, por que vender sentença, para homologar o delito,

Como reserva de redenção?

Então por que usar de covardia, para homologar o mérito,

Como argumento de razão?

Só pode ser a junção do bom senso de hipócritas com inteligência vil.

De certo esses homens não são dignos da lei,

Mas sim, da lama e do ar putrefato,

Cuja felicidade é comprada com capital.

Aviltar a Democracia é jurar de morte a igualdade,

É deixar a dor corroer as entranhas da liberdade.

Como fica a consciência do falso paladino?...

Não é a toa, que os filhos, não sabem onde ir?...

Heróis, pais, padres e governantes usam drogas para existir,

Distorcem os valores para irem e vir,

Mas não sabem, do erro se redimir.

Por isso, a nossa esperança está tão desnorteada.

A loucura é ovacionada.

A prostituição é um meio de vida;

Suicídio já é a única saída e

Ser oportunista é uma obra de arte.

Como promover uma sociedade mais justa?...

Não é a toa que parece em vão a luta;

Que a fome dos campos solidifica a miséria na cidade bruta.

Não há o que chorar,

Pois depois do corpo morto,

Só a terra nos lê o verso,

Que vive-se na falta de respeito;

Que vive-se na desigualdade.

E que o maior pecado do Estado,

Por seus homens letrados é matar o povo de indignação.

Pela abulia da hora, não se sabe se é melhor viver o sofrimento,

Ou aceitar passivamente essa escravidão.

É preciso a ordem sair da fantasia e

O cidadão assumir a sua responsabilidade,

Antes que se aceite a maldade como Evangelho dos dias.