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Realmente,

A noite não me dá mais privacidade,

Privacidade para assombrar o mundo:

Era eu, os gatos e cachorros;

Hoje a noite tem asfalto, luzes e carros.

Se assombro alguém, os outros que vêem

Pensarão-me um louco,

Quem pensaria-me um menino brincando?

Nessas noites de néon

Ninguém mais brinca

Nenhuma alma penada vagueia,

Mesmo que seja só eu...

Nessas noites de hoje

As pessoas não dormem

Nem sonham com seus anjos:

Descansam, se puderem, para trabalhar amanhã.

Morreram os fantasmas e as almas penadas,

Mesmo que fossem apenas eu.

O que farei agora para espantar os homens

Que já não dormem direito?

Chico Steffanello
Enviado por Chico Steffanello em 04/02/2007
Código do texto: T369536
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