23 de Julho de 1993!

Alumbram pares d’olhos cada esquina

Contados das janelas e dos portais

Olhares que a lua ilumina

Esquecidos ao tremor dos castiçais

Encobre o som dos sinos em surdina

Os gemidos e os soluços dos mortais

Que nas praças, lá de onde o céu termina

Lêem a sorte nos vitrôs das catedrais

Resíduo rejeitado à própria sina

Em toda esquina cresce em leva os animais

“Urge a faxina”, a cidade determina

E a chacina é devorada nos jornais