ENTRE A FÉ E O DESESPERO...

Ele chora e ora...

Profana por amor...

Grava em sua própria carne,

Seu nome inteiro.

Há sangue em suas veias,

E ele borbulha, anseia.

Sentado no chão de um banheiro sujo,

Em algum canto esquecido da cidade,

Ele eleva uma prece e uma maldição.

Luta para não sucumbir,

Porém, o poço é muito largo,

Ele não vai conseguir saltá-lo.

Ele está sozinho, porém algúem lhe chama,

Entre sonho e realidade.

Ele a renega.

Ele levanta-se e escreve em letras de sangue

Seu desespero no espelho...

A tortura está no seu modo de viver,

Seus olhos dementes chamam por salvação.

E por descanso.

Sua alma mastigada,

Sua fé perdida,

Garoto sem rumo,

ele pragueja,

E sai para o mundo...

ERMINIO SEVERO
Enviado por ERMINIO SEVERO em 06/02/2007
Código do texto: T371306
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