Um mal de amor oculto

Esse mal de amor encubado,

escondido nesse coração lascado

e justamente por estar encubado,

é um mal de amor oculto que te fode do pé da alma,

até onde o sol não chega.

E quando avisto aos teus olhos,

dores me acertam na desventura de amar-te tão cinza assim.

E os teus afagos hesitam em perseguir meu jardim,

E tirar a pureza da metamorfose do corpo do puro amor,

doentio ,

o mal,

as ofuscadas lembranças deste amor oculto.

E eu vou ali cantar do teu sussurro,

E eu vou ali chorar mais um segundo.

E eu vou ali compor mais um verso.

E eu vou ali tatuar uma clave.

Tenho sempre a desventura dos porres do amor que me brotou,

E o que foi oculto,

encantou.

O tal amor fadiga,

oculta, não tem hora,

mas só depende da hora,

Me fode.

Lasca.

Rasga.

Mas só depende do segredo da prole jagunça,

Desse amor vagante pelas dunas da lamura que deixa a chuva

a vagar pelo fudido,

pobre e nojento mal de amor oculto,

Nesse mundino coração.

E se te fode pra quê tu ama?

Pra lascar o mal desse mal de amor oculto.

(Inspirado no romance de Riobaldo por Diadorim - Antonio Nóbrega)

Marinara Sena

23:04pm

07/06/2012

Marinara Sena
Enviado por Marinara Sena em 08/06/2012
Reeditado em 24/05/2021
Código do texto: T3713504
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