QUANDO (DEPOIS DE TUDO)

Quando (depois de tudo)

Pudermos sentir

O cheiro da liberdade

Através das grilhetas

Dum futuro incerto...

Quando sentirmos que

Dois já não são tudo

E o mundo é diminuto

Para comportar o nosso amor...

Quando pudermos olhar

Por cima da cidade

Sem medo

Que dedos indiscretos nos apontem...

Quando

Para além do que a vista alcança

Ainda conseguirmos entender

Uma réstea de ternura no olhar...

Quando,

Seja por que processo for,

Conseguirmos ser apenas um

Passeando nas alamedas floridas

Da nossa felicidade...

Quando já não houver receio

De olhar o passado,

Como tubarão devorador,

E sentirmos que é sempre no futuro

Que se contrói o verdadeiro amor...

Quando formos capazes

De nos encararmos longamente

E apenas encontrarmos amor para olhar...

Então sim!

Encontraremos a suprema razão de viver!

___________________________Ressoa

In "POEMAR" Hugin Editores ano 2000 - www.joaomoutinho.com

Pode ouvir aí os poemas ditos pelo

ressoa
Enviado por ressoa em 24/07/2005
Código do texto: T37202