Sopro de saudade

Como Clarice sempre disse:

“estranho mesmo é sentir saudade do que nunca se viveu”.

E se viveu, não viveu direito.

E se amou, não amou doce.

E se sorriu, faltou encanto.

E se gostou, faltou pele,

Cheiro, cor, gosto...

Mas se sentiu saudade algo tocou.

Alguma forma, alguma cor, algum cheiro,

algum sussurro.

O profano mesmo é quando se sente.

Quando se cala,

Quando se tem azedo,

Quando se mistura o doce com salgado,

Quando os batimentos aceleram,

Quando os sorrisos se distraem,

Quando os olhares se desejam.

A saudade é mesmo assim,

Vem como as ondas do mar que lavam as almas,

e quando tal alma vaga,

desencanta,

E se vai como o sopro que vem dos céus,

Vento.

Por que não aquietas?

É apenas um acalanto sopro da saudade

que te sorriu e foi embora.

Marinara Sena

23:20 pm

13/06/12

Marinara Sena
Enviado por Marinara Sena em 13/06/2012
Reeditado em 24/05/2021
Código do texto: T3723010
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