Ando...

Ando precisando de anjos

Que guiem meus sonhos,

Que olhem por cada pecado meu,

Que mostrem-me o melhor caminho

Rumo à tão sonhada felicidade

Descrita nos livros

Sentida nas notas musicais

E demostrada a cada energia luminosa

Que emanemos ou recebamos.

Ando precisando de fadas

Com asas multicoloridas

E varas de condão perfumadas

Que ora abram suas asas,

Que coloram meus pensamentos...

Ando precisando de conselhos

Palavras doces que acalantem meu ser.

Músicas suaves, cheiros perfumados levemente.

Pequeninos detalhes que fazem toda a diferença...

Ando precisando de novos rumos, sonhos mais reais

Daqueles que nos deixam com o sabor nos lábios

E o aroma vivido em meio às narinas...

Ando querendo ouvir o vento, todo rebelde,

Balançar os galhos, na madrugada

Num tom quase que austero.

Ando buscando flores e versos

Poesias que causem todo o impacto

E deixem o coração à deriva.

Ando querendo anjos

Mas, confesso que, na falta deles,

Qualquer demônio a fazer companhia

Já traz um pouco de silêncio.

Talvez não consiga sentir a paz em meus poros.

Talvez não seja digna de tal mérito.

Contudo, quando do silêncio

Das noites frias de inverno

Sei que as tormentas adormecem

Com o suave tilinta das flores

Ao baterem na vidraça.

Então fecho meus olhos

Sorvo um gole de vinho

E lentamente sinto meus pés menos frios

Do que o restante da minh'alma.

Aos poucos as fotografias vão se misturando

tão fétidas pelo cheiro do tempo

Tão carregadas em suas lembranças.

Puxo meu cobertor à perna

E tão perdida nos pensamentos

Faço d'alma pequenino altar do amor.

Um amor tão singelo e tão eterno.

Tão completo e, ao mesmo tempo, tão pequenino.

Algo que faz valer a pena

Que mostra o encanto do dividir

Sem ter que subtrair qualquer pedaço que seja.

Algo que nos eleva enquanto pequenos que somos.

Que nos faz ver com olhos mais brilhantes.

Que nos faz sorrir, mesmo quando tudo conspira contra.

Ando em meio às lembranças

Tão remotas no calendário,

Tão visíveis aos sentimentos.

Cada segundo, um filme

Ora em mil cores

Ora sem cor alguma a enfeitar.

Ando à procura de esquinas

À mercê das mágoas,

À deriva, em meio aos sonhos.

E talvez toda essa mistura

Seja o quê todo ímpar

A mostrar que, no fundo,

A busca é eterna

E os anjos, nada companheiros....

HELOISA ARMANNI
Enviado por HELOISA ARMANNI em 15/06/2012
Código do texto: T3724997
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