Felicidade
Felicidade
Preciso digerir e mastigar
De estomago cheio, boca farta
A felicidade
Costumeiramente ela provoca fome na humanidade
Que esforça-se na obscura multidão para encontra-la
E no medo de afogar-se a caminho do destino vão a fundo
Pérfida maneira de não ver as coisas
Secreta mania de procurar onde não se está
E sobre o selo de segredos
Inversão de valores
No louco que só a si admira-se
E nunca lhes foi dada a palavra como soberana
Mas a usa como tirano
Nos lares, pelas ruas
Ladrão, salteador ?
Impacientemente, atrás de todo esse barulho, o homem
E ao acaso caminham os olhares, os corpos
E não conhecem os fios dos próprios cabelos
E longe mora a idéia do que seja a vida
E os navios saem do porto
E na tripulação sem destino algum
A curva invisível do caminho
O homem desce no cais vizinho
Onde o silêncio da morte é a única certeza.
Magaly