Acordo

De que me acorda o dia?

E a um passo espero pelos campos retirados

Que seja firme, o espero

Desmedido terreno de guerra sempre se aconchega

E ouço os cantos dos passarinhos

Pouco a pouco aproximam-se dos arvoredos

E na grossa enchente

Vejo do outro lado o gelo dos edifícios

Todo desmedido, extenso entre os troncos

Chama que se entrega e atravessa os vales sombrios

E o último esforço pendido

Na grande testa do homem

E daqui mesmo vejo

Já não basta tanto esforço

E que não saibam os anos a arma que domina

Adiante dou um passo

E a nos somente cabe o coração repartido

E devo despojar memória

Inda fora, fruto seja os seus braços

E pelas mãos vou tomando pelos bosques

O sumo da liberdade

Memória manchada pela natureza

No atropelo desmedidas feridas

Escamosa pele

Onde aos pés ponho asas.

Magaly

carla diniz
Enviado por carla diniz em 07/02/2007
Código do texto: T372518