DESABAFOS ! ...

Desabafos !...

Denúncias, quantas fiz, estou cansado

Ninguém demonstra interesse ou civismo

Leituras exíguas, ninguém preocupado

Com a fome que campeia, sem altruísmo

Se forem poemas profanos, indecorosos

De Mil leituras será pouca a estimativa

O verso é pobre, se não for contencioso

-É lúgubre e rouco, qual barco à deriva

Se desfaz o alento, duvidoso e incerto

Sofremos mudos a inimiga violência

O medo esfria o ânimo, qual desconcerto

Como Seres oprimidos sem inteligência

Sociedade. É ora de despertar de vez

O salário miserável do trabalhador

Ignomínia de moral e honradez.

- Injustiça social, quem é o causador ?

Desigualdade que faz vergonha sentir

Ao cidadão honesto e cumpridor

Que paga seu tributo no pão e no vestir

E no abdutor da miséria a carpir

Até quando, um país rico e soberano

Cheio de ouro e pedras preciosas

Submete seu povo em vil engano

Esperanças que não vêm, e viram prosas

Liberdade, onde está a tua aurora

Que na esfera humilde, não raia mais...

Liberdade! o que será de nós agora...

Ó pátria, amor; o barco parte do cais.

Se de radiosas virtudes és fadada

Do teu chão jorra riqueza e fartura

Ferro, prata, ouro puro em tonelada

- Porque não dar a teu povo mais ventura?

Teu presidente, falou em tom jocoso

“-... Preciso tomar conta do rebanho,

senão as reses se perdem nestes 8.500 Km.”

- Pascenta em solo nobre, vil rebanho

Pasmem, ante o espetáculo inédito

Teve um, para quem o odor dos cavalos

Suplantava o dos humanos, em seu edito ...

Surge outro, agora, que a seus vassalos

Chama de reses, ou até, pior às vezes

Quem sabe, se esparsas do rebanho

- Não lograrão melhora, os camponeses

E a classe média em todo o seu tamanho

Brilha a tela no pincel da fantasia

No teu manto ó Pátria acolhe meu clamor

Cobre com raios de sol e de alegria

Que surja em Ti o grande Libertador

Os grilhões da miséria e desventura

São o ergástulo mais ingente e impiedoso

A que pode ser jungida à criatura.

- Não basta o governo ser caridoso

Para o povo ter dignidade, o salário

Deve ser decente, ético e racional

Para não desvanecer o operário

E dar tranqüilidade à paz nacional !

Oh! vós lá de Brasília Despertai

sem medir o fausto luxo desmedido

É ora, em nome do povo acordai

Vosso salário é dele, povo abstraído.

O povo não mais confia na justiça

- Face à pena ter aplicação empírica

O que faz crescer em nós a grande liça

Gerada pela impunidade satírica

Benesses cedidas com dano à sociedade

Em prol do assassino e do ladrão

Caiu conceito da justiça - honestidade

Probidade, integridade e retidão

Há uma inversão de valores a inverter

Para que a auto estima do povo brasileiro

Não se deixe mais oprimir. E, subverter

o submundo ao trabalho rotineiro.

Para transformar esta sociedade

Em algo útil, saudável e aceitável

Para servir de orgulho e prosperidade

A futuras gerações, legado inabalável.

São Paulo, 07/02/2007

Armando A. C. Garcia

E:mail: armandoacgarcia@superig.com.br

Site: www.usinadeletras.com.br

Armando Augusto Coelho Garcia
Enviado por Armando Augusto Coelho Garcia em 07/02/2007
Reeditado em 08/02/2007
Código do texto: T372559