Afagos farsantes
São as doces dezenas de amores, que o torna assim.
Por vezes áspero, um tanto azedo.
Nos bosques efêmeros da tua paixão oculta.
Nos mantos fechados que cruzam estes ares.
Tão singelo, tão quente,
tão amável,
porém farsante.
Te escondes assim, e vagamente ama minh'alma.
Teu amor galanteia as pétalas de minhas flores puras,
esquenta quando a chuva cai sob a alma,
esfria quando derramas teu amargo azedo.
Tu me negas.
Eu te afago.
Te devoro.
Me atentas.
Tu me despe.
E te disfarças assim,
vulpino ao meu querer a ti.
Disfarças tão singelo,
que me faz te ter assim,
querer-te assim.
E num simples enlace, tu me tomas tão seco,
nesse afago tão intrínseco,
assim como foges de meus reflexos,
destes complexos afetos.
E te tomo tão assim,
tão ontem,
tão hoje,
Porém, sempre ontem.
E assim como um leve sussurro junto aos meus cabelos,
pergunta-mes por onde ando?
E por entre um mordiscar de lábios e outro,
digo-te:
decifrando teus rabiscos por entre os ares das mais profanas colinas destes afagos tão farsantes que hesitam por aqui ficar.
Aquecendo-me com o manto da tua alma afaga que hesito por procurar.
Onde do mais fiel amor que negas,
Esconde-se a mais sincera dor que te entregas.
Marinara Sena
16:53pm
15-06-12