A MORANGA

Ah, essa moranga tão poética...

é tão poética que não me remete à nada

e; por que me remeteria

a um sonho ou talvez um poema onírico?

É tão somente uma moranga mas...

macacos me mordam, que moranga!

Toda disforme e laranja

que remete-me a estupidez de encontrar

nela alguma poesia

Ou não seria estupidez

mas um incomum momento de singularidade?

Seria o que chamam de inspiração?

Estaria eu encantado e arrebatado

pela natureza estática de uma moranga?

Ou seria apenas um cérebro

e uma moranga...

Essa relatividade gritante:

eu - a moranga - o poema

Morpheus