Á Noite
A lua toda ensangüentada
Anuncia a noite turbulenta e feroz.
A escuridão, o frio, a garoa.
Torna-a mais cruel e algoz.
Pelo meio dessa noite afora,
Caminho procurando a luz.
O silêncio torna ainda mais triste,
A sina de carregar essa cruz.
A cidade dorme monotonamente.
Dorme eternamente como se não houvesse amanhã.
Enquanto isso eu simplesmente batalho.
Não sabendo se essa minha luta é vã.
Parece impossível lutar por algo,
Que eu nem mesmo sei quem é.
Sem um ombro amigo pra ajudar.
Sem ao mesmo ter o mínimo de fé.
O que fazer e ainda não sei.
Só sei que vou seguir nessa noite afora.
Vou-me embora,
Sem ao menos saber pra onde ir.