Grito de Paz
A paz nos guetos
É paz nos campos
Massacre entre os mundos
Flores e estrelas aquebrantadas
Sonhos e ruínas
Pedras entre espinhos
Corpos contorcidos
Flechas encantadas
Almas diluídas
Gira
Gira mundo
Na imensidão das vozes
Voa entre tiros e estilhaços
Entre vidas desvividas
Entre blocos de desblocados
Entre as flores de plásticos.
Paz num z’ap de segundo
Paz nos guetos inocultos
Nos cantos deslocados
Nos gritos sufocados
Nas vozes inaudíveis
Nos interesses
Na base aliada
Na desfigurada morte
Na desesperada vida.
Paz entre esferas arroxeadas
Entre corpos marcados
Sob púrpuras nódoas
Nos braços dos anjos vencidos.
Paz
Nos apertos de mãos
Mais que trados
Mais que folhas ornadas
É o que pedimos
Tão pouco
Dentre tudo que pedimos
Paz...
Sob um céu sem glória
Entre deuses tácitos
Perseguidos por ogivas
Inquietos
Pequenos em sua imensidão.
Paz nos campos
E nos guetos
Nesta trama de vida
E morte
Nesta morte de vida
Em vida.
Paz nas almas
E nos corações.
Dimythryus