Grito de Paz

A paz nos guetos

É paz nos campos

Massacre entre os mundos

Flores e estrelas aquebrantadas

Sonhos e ruínas

Pedras entre espinhos

Corpos contorcidos

Flechas encantadas

Almas diluídas

Gira

Gira mundo

Na imensidão das vozes

Voa entre tiros e estilhaços

Entre vidas desvividas

Entre blocos de desblocados

Entre as flores de plásticos.

Paz num z’ap de segundo

Paz nos guetos inocultos

Nos cantos deslocados

Nos gritos sufocados

Nas vozes inaudíveis

Nos interesses

Na base aliada

Na desfigurada morte

Na desesperada vida.

Paz entre esferas arroxeadas

Entre corpos marcados

Sob púrpuras nódoas

Nos braços dos anjos vencidos.

Paz

Nos apertos de mãos

Mais que trados

Mais que folhas ornadas

É o que pedimos

Tão pouco

Dentre tudo que pedimos

Paz...

Sob um céu sem glória

Entre deuses tácitos

Perseguidos por ogivas

Inquietos

Pequenos em sua imensidão.

Paz nos campos

E nos guetos

Nesta trama de vida

E morte

Nesta morte de vida

Em vida.

Paz nas almas

E nos corações.

Dimythryus

Dimythryus
Enviado por Dimythryus em 09/02/2007
Código do texto: T374750