O adeus do poeta

Adeus, eu pranteio e morro!

Não levo da vida nenhuma saudade

Porque foi tristeza minha felicidade

Porque não sonhei um sonho de verdade

Porque não vivi outra coisa

Senão falsidade.

Adeus, eu pranteio e morro!

Porque a vida que o meu peito enchia

Foi-se de mim no raiar dos meus dias

Levando consigo minha mocidade

Que outr’ora pensei ser um dia

Só de felicidade.

Adeus, eu pranteio e morro!

E dessa forma dou fim a sina

De um amor tão sem frutos

Que encheu-me os olhos

Mas que hoje faz

Minh’alma repousar em luto.

Adeus, eu pranteio e morro!

Mas antes, eu te pergunto:

O que me resta, meu Deus?

Além de um olhar que de tão triste

A morte envolve, traga

E leva para o túmulo?

Adeus, eu pranteio e morro!

E que morra comigo

A estrela de tantos amores

Já que não vejo em meu peito

Nenhum punhado sequer

De murchas flores.

( Anderson Cleiton)

Anderson Cleiton
Enviado por Anderson Cleiton em 28/06/2012
Reeditado em 29/06/2012
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