A Voz

Uma voz de sereia beijou-me o ouvido

Tão doce e tão bela, que ao notar esse som

No exato momento senti um frisson

E em meu coração o amor revivido.

Virei-me então, de paixões embebido

E busquei a origem do ruído tão bom

Do sussurro feérico de nobilíssimo tom

Mas só havia o silêncio, o silêncio dorido.

Segui então o solitário caminho

Segui cabisbaixo, caminhando sozinho

Pela praia deserta das areias moventes.

Decerto a voz que escutei ao acaso

Quando ali passeava, à hora do ocaso

Foi o canto perdido das almas silentes...

Glauco Paludo Gazoni
Enviado por Glauco Paludo Gazoni em 01/07/2012
Código do texto: T3754016
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