Um poema encantado

O poeta enlouqueceu

sufocado com as palavras que não conseguia usar

Elas brincavam dentro dele,

querendo sair e desejando se expressar

Contudo eram desconexas, brigavam entre si e não rimavam

Ele não conseguia jogá-las para fora

porque não diziam nada e não se combinavam

O que fazer com tantas palavras guardadas

e sufocadas no seu interior?

Eram belas e conflitantes, falavam do ódio,

da paz, da guerra e do amor

Com lápis e papel na mão, os dedos tremiam,

pois não conseguia poetar

E lágrimas de desespero nos olhos do poeta,

queriam se aflorar

Ele adormeceu e sonhou com as mesmas palavras,

segurando com força as folhas de papel

E no sonho então passou a escrever,

os mais lindos versos nas nuvens no céu

Utilizou todas as palavras

que antes eram absurdas e sem razão

Nunca escreveu um poema,

com tanta destreza e imaginação!

Então o poeta despertou sorrindo

e escreveu o que havia sonhado

Havia graciosidade no conjunto das palavras,

um poema encantado!

E agora as lágrimas eram de contentamento,

pois surgiu dele uma nova poesia

Poeta que é poeta faz versos até em sonhos

e tem duas vidas, a real e a da fantasia...

Janete Sales Dany
Enviado por Janete Sales Dany em 01/07/2012
Código do texto: T3754268
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.