O último dos Moicanos

Do futuro nada sabíamos, nada alvejávamos,

apenas o presente,

um mórbido tempo forjado a chumbo e aço.

Homens construindo... Destruindo,

tudo e nada ao mesmo tempo.

Mares de sangue, troféus de guerra,

honrados deuses do Olimpo.

Senhores do Apocalipse.

Serias tu, capaz de sobreviver a dor, a perda.

Tu falaste, porém não fostes ouvidos,

tu mostraste, mas ninguém havia para vê-lo.

Tu lutaste, porém em vão.

E já cansado, abatido,

sentou-se e ficou inerte a observar as ruínas a tua volta.

Não! Tu não querias isso,

teus netos, filhos de seus filhos,

não conheceste, nem podes abraçar.

Foram tantas tentativas, tantos apelos, tudo em vão.

Nada fizeram e tudo se acabou.

Apenas tu ainda resiste, teima em permaneceres aqui.

Recomeçar, reconstruir, quem sabe,

entretanto tu serás o único.

Não serás lembrado, louvado, serás juiz, ministro e rei.

Nada lhe será ofertado, facilitado, teu mundo... Novo mundo,

surgirá e se erguerá dentro de ti,

O último dos moicanos.

Sandro Colibri
Enviado por Sandro Colibri em 09/02/2007
Reeditado em 29/12/2009
Código do texto: T375455
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