Vaidade de vaidades.

Entre tantos olhares,

ela chega toda-toda.

No passo da luxúria,

no caminhar do ego, ela chega, toda-toda.

Toda idolatria,

toda egocêntrica,

toda-toda

sugando olhares.

Quem neste corpo pode abster-se?

Poderia esconder o corpo,

retirá-lo para montes invisíveis,

e arrancá-lo das visões?

Ela ama ser visada, olhada

em sua beleza, falsa porém real.

Entre tantos olhares,

ela caminha.

Mesmo em terra de cegos,

ela é rainha.

Canonisa-se a si mesma

indica-se para o prêmio, ama-se demasiadamente.

Em baixo do sol,

ela chega toda-toda

como poderia esconder uma casa em um monte?

Uma casa suja, e ainda assim se ama.

Ela não consegue se conter,

ela não se esconde

grita e saboreia,

apenas para aparecer.

Ela não consegue se esconder,

é involuntário.

Tantos olhares, mesmo sem ninguém olhar

em terra de cego, ela continua sendo rainha.

Veste-se de glamour e brilho

toda obscena.

Olha-se no espelho e adora o que vê,

ela chora na própria paixão.

Tudo que se mostra,

tudo que se molda,

tudo que se exalta

é vaidade, como diria o pregador.

Ela, a vaidade, sem verdade

sacia-se no próprio espelho.

Vaidade de vaidades,

tudo é vaidade.

[06/07/12]

Cesare Turazzi
Enviado por Cesare Turazzi em 06/07/2012
Reeditado em 06/07/2012
Código do texto: T3763562
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