MINHA CARNE

Minha carne

Tem que ser leve

E fria como a neve

Tem que ser doce

Pro teu abraço

Tem que ser salgada

Pelo suor

Para ser melhor

Tem que ser forte

O torso torneado

E tem que ser frágil

Pro teu cuidado

Tem que ser musculosa

Para a batalha

E tem que ser saborosa

Para a navalha

Tem que ser de aço

A fundação da construção

Tem que ser quente

Pro teu vulcão

Tem que ser antena

E pairar feito pena

De gavião

Tem que ter escama

E brilhar no sol

Tem que ser o lençol

Da tua cama

Tem que ter pelo

E apelo

Tem que ser novelo

De lã

E manto

Hoje e amanhã

Tem que ter encanto

Pro teu amor

E suportar a dor

Tem que ser só um sonho

De domingo tristonho

Tem que ser só pó

Sem medo e sem dó

Tem que ser uma lembrança

E mais nada

Um beijo... Uma dança

E uma saudade danada

Sigmar Montemor
Enviado por Sigmar Montemor em 06/07/2012
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