MINHA CARNE
Minha carne
Tem que ser leve
E fria como a neve
Tem que ser doce
Pro teu abraço
Tem que ser salgada
Pelo suor
Para ser melhor
Tem que ser forte
O torso torneado
E tem que ser frágil
Pro teu cuidado
Tem que ser musculosa
Para a batalha
E tem que ser saborosa
Para a navalha
Tem que ser de aço
A fundação da construção
Tem que ser quente
Pro teu vulcão
Tem que ser antena
E pairar feito pena
De gavião
Tem que ter escama
E brilhar no sol
Tem que ser o lençol
Da tua cama
Tem que ter pelo
E apelo
Tem que ser novelo
De lã
E manto
Hoje e amanhã
Tem que ter encanto
Pro teu amor
E suportar a dor
Tem que ser só um sonho
De domingo tristonho
Tem que ser só pó
Sem medo e sem dó
Tem que ser uma lembrança
E mais nada
Um beijo... Uma dança
E uma saudade danada