DUPLOS

DUPLOS

Todo o tempo de mundo

passa dentro desta casa.

Meus passos são torvelinho

de desastrado bailarino.

A solidão da vulga lua

nas janelas fechadas esta maruflada.

Passeio dentro dos espelhos

espalhados pela morada

cheia de quinas e cantos.

Algo é só refugio

algo é só descobrimento.

ásperas bordas surgem do nada.

Sons ocultos na arca libertam-se.

Algo em mim é firmamento

eu sou remorsos

outra parte é carne fremente.

A face abrasa-se na imagem.

Eu decido, outro hesita.

Outro, pura expectativa.

Desconheço e pareço a miragem.

O tempo passa nos espelhos

até dobrar meus joelhos.

Esmoreço. Caio. Me ergo.

Descubro um que desconheço

o qual sou e nao pareço.

Farto, esqueço

Parte-se o inteiro

Relembra um

um, adormeço.

Uma aquieta-se

Outra rola insona

Ébrio, sóbrio.

Eu incógnito.

Adormeço entre raios

tempestade e bonança

frenesi e teurgia.

Um, presságios

Outro, poesias