Choro Dividido

CHORO DIVIDIDO.

Entre tantos pensamento do que poderíamos um dia termos sido, eu busco a razão desse meu pranto que não seca, não se importa com a lua, não se importa se piedade desperta.

Foi tanta maldade, deixar que amor assim morresse, e talvez se nós ainda crêssemos, por um minuto apenas acreditássemos que foi apenas um engano, que talvez esse nosso pranto seja apenas um momento de cansaço e precisamos de descanso

Recomeçássemos, daquele mesmo ponto de partida

Dos olhos que se buscavam, das bocas por beijos aflitas, de mãos inseparáveis, de corpos cheios de desejo.Recomeçássemos nos perdoando pelas falhas, pelas faltas tantas vezes cometidas,secaria o nosso pranto.

E esse choro que eu trago escondido se transformaria de temporal à orvalho fino. E nos afinaríamos um ao outro, numa melodia que outra vez nos soaria como uma canção que nina toda mágoa e todos as dores já vividas e que ficaram pelos cômodos da casa, incomodando as nossas vidas.

E esse choro que tão profundamente amarga a boca e fere as cordas, outras cortas já tão duras que nos prendem calariam. Calaria a dor da ausência de carinho em nosso peito que mina nossas fantasias

E assim quem sabe o meu choro, que de tão chorão já agoniza, te diria, que o nosso choro agora, ainda pode, ser um choro de alegria.

Cristhina Rangel.

Cristhina Rangel
Enviado por Cristhina Rangel em 07/07/2012
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